Informações
gerais:
Cebus apella
xanthosternos (macaco-prego-do-peito-amarelo) pode ser diferenciada das demais
formas do gênero pelo peito e pela parte anterior dos braços e antebraços,
conspicuamente amarelados, pela cabeça sem tufos, além de apresentar o par de
cromossomos numero 11, característica exclusiva da espécie ( Coimbra-Filho
1986, Seuanéz et al. 1986, Matayoshi et al.1987). Até pouco tempo tida como
subespécie de Cebus apella, sua posição taxonômica foi reavaliada, sendo hoje
considerada como uma legitima espécie. Sua distribuição geográfica original
cobria grande área da floresta ininterrupta da costa atlântica do Brasil,
ocorrendo ao norte do rio Jequitinhonha, no sudeste da Bahia, até a foz do rio
São Francisco no estado do Sergipe. A distribuição conhecida até o momento
restringe – se ao norte do rio Jequitinhonha, na Mata Atlântica e Mata de Cipó,
na Bahia, e a um pequeno trecho ao norte de Minas Gerais e possivelmente ao Sul
de Sergipe. Na região próxima a cidade de Salto da Divisa (MG), na margem
esquerda do rio Jequitinhonha, a população local fez mensão a ocorrência do
macaco-prego-do-peito-amarelo. Na mesma região foram visualizados indivíduos
com características de hibridismo entre C. xanthosternos e C. apella robustos,
subespécie cuja área de distribuição se estende até o sul do rio Jequitinhonha.
O resgistro de animais em cativeiro, com características das espécies, entre
cidades de Varzelândia, Jaíba e Matias Cardoso, MG, indica a provável
existência de C. xanthosternos na amergem direita do rio São Francisco, na
divisa entre Bahia e Minas Gerais. A região de distribuição de C. xanthosternos
abrange três formações florestais distintas: floresta pluvial tropical
perenifólia sul-baiana, floresta de interior semidecídua e floresta decídua,
denominada Mata de Cipó. O vale do rio São Francisco, na divisa entre Minas
Gerais e Bahia, onde pode haver populações dessa espécie, esta localizada no
domínio da Caatinga, sendo caracterizada nessa região pela ocorrência de
mataseca e caatinga arbórea. As populações remanescentes de C. xanthosternos
encontran – se extremamente reduzidas. A única estimativa de população é
fornecida por Rylands (1982), na Estação Experimental Lemos Maia, em Uma (BA).
O autor estimou uma densidade de 0,72 grupo/km ou 10,9 indivíduos/km. O
comportamento e a ecologia do gênero foram revistos por Freese &
Oppenheimer (1981), mas pouco se conhece sobre C. xanthosternos. É provável que
a espécie apresente o mesmo padrão geral do gênero, sendo um primata altamente
adaptável, capaz de sobreviver mesmo nos ambientes mais degradados, com uma dieta
eclética, composta de frutos, sementes, brotos, Néctar, insetos e pequenos
vertebrados. Os grupos do tipo multimacho podem ter de 15 a 20 indivíduos,
embora grupos com essa dimensão sejam hoje raros na natureza em virtude da
pressão de caça ao longo de toda a sua área de distribuição. Pinto &
Tavares (1993) Observaram indivíduos solidário, além de grupos de dois a seis
indivíduos em oito diferentes fragmentos florestais.
Principais
Ameaças:
Essa espécie
de macaco-prego é, sem dúvida, a mais ameaçada entre os cebídeos da Mata
Atlântica. Relativamente grande pesando cerca de 3kg,é, entre os primatas,um
dos principais alvos da caça de subsistência na sua região de ocorrência(Pinto
1994).Além disso,o macaco-prego-do-peito-amarelo é o animal de estimação perfeito
pelas populações locais,que buscam na natureza geralmente indivíduos jovens ou
filhotes.O desmatamento intensivo e a fragmentação do hábitat também são
fetores de estrema ameaça para C. xanthosternos,pois isola as pequenas
populações remanescentes.Cabe ressaltar que a espécie necessita de amplo espaço
para sua sobrevivência.
Estratégias
de conservação:
Estudos sobre
a distribuição geográfica de C. xanthosternos-especialmente à margem direita do
rio São Francisco, em Minas Gerais e na Bahia, e na divisa desses estados à
margem esquerda do rio Jequitinhonha-são fundamentais para uma avaliação mais
realista do status de conservação de suas populações.
Situação do
macaco nos dias de hoje:
De acordo com
a IUCN
e o ICMBio, o S.
xanthoternos está "criticamente em perigo", hoje limitado
à pequenas áreas protegidas de unidades de conservação em Minas Gerais e Bahia. No bioma
Caatinga, a espécie está restrita a serras e morros, onde há formações
florestais ou matas mais úmidas de vales e encostas. A provável causa desta
baixa densidade populacional é a caça, tanto para a alimentação quanto para a
manutenção de animais de estimação, mas não pode ser descartada a perda de
habitat.
Referências:
Coimbra-Filho, A.F 1996.Espécies ameaçadas de estinção, macaco-prego-do-peito-amarelo,Cebus apella xanthosternos(Wied,1820).FBCNIInf.10(4):3.
Coimbra-Filho, A.F. R.da Rocha e Silva & A.Pissinatti. 1991. Acerca da distribuição
Geográfica original de Cebus apella xanthasternos Wied, 1820(Cebidae, Primates), p.
215-224.In:A.B.Rylands & A.T.Bernardes(eds).
Coimbra-Filho, A.F 1996.Espécies ameaçadas de estinção, macaco-prego-do-peito-amarelo,Cebus apella xanthosternos(Wied,1820).FBCNIInf.10(4):3.
Coimbra-Filho, A.F. R.da Rocha e Silva & A.Pissinatti. 1991. Acerca da distribuição
Geográfica original de Cebus apella xanthasternos Wied, 1820(Cebidae, Primates), p.
215-224.In:A.B.Rylands & A.T.Bernardes(eds).
Aluno:
Raylander Lucas


Nenhum comentário:
Postar um comentário